sábado, 1 de junho de 2013

Está a ver ali aquela portinha?!

Muitos de nós viam o programa Batatoon. A bem dizer, alguns de nós só queriam saber dos desenhos animados. Não obstante, o programa ainda trouxe vários momentos divertidos à nossa infância. Um deles era a cena clássica do programa. Suponho que quem viu sabe do que eu estou a falar: o palhaço Companhia costumava vir, nas suas palavras, "atrapalhar" o programa do palhaço Batatinha. E vê-los a discutir era um gozo. Mas o melhor era quando o Batatinha achava que já chegava de Companhia, decidia expulsá-lo de uma forma que as crianças adoravam! O diálogo (e movimento) entre eles era, quase ipsis verbis, assim:

Batatinha: Ó Companhia...
Companhia: Hã?
B: Companhia!
C: Hã?
B: Companhia!
C: Hã?
B: (apontando para trás de Companhia) Por acaso está a ver ali aquela portinha?!
C: (virando-se para trás) Haa...aquela?
(Batatinha dá um tremendo pontapé no rabo de Companhia)
C: AAAAAAAAAHHH!



Os nossos amigos Batatinha e Companhia.


Nada mais simples; um palhaço dava um pontapé no rabo de outro e nós divertíamo-nos à grande! Era uma cena repetida várias vezes no Batatoon. E nós gostávamos tanto daquilo que, por vezes, decidíamos jogar esse "jogo". Como crianças que éramos, gostávamos de imitar e de repetir. Então, uma pessoa que quisesse jogar chamava um amigo para se revezarem a ser o Batatinha e o Companhia, a ter a conversa e a dar um pontapé no rabo do outro. É, não era um jogo que desse para jogar sozinho; precisávamos de companhia (perceberam?! Hã? Hã?). Piadas à parte, alguns de nós escolhiam a rede metálica mas flexível que separava a escola da rua para chocar contra. Regra geral, a rede "enxotáva-nos" de volta. E nós ficávamos um bom tempo a fazer de Batatinha e Companhia. Tanto...que a rede metálica acabaria por não aguentar! É, ela já tinha uma falha em baixo (estava dobrada para fora, se bem me lembro) e quanto mais nos atirávamos contra ela, mais ela fraquejava. Naturalmente. Pois a vítima...fui eu! É verdade: quando estava tranquilamente a jogar com um amigo meu, atirei-me contra a rede...fechei os olhos para me divertir mais...senti que estava a avançar demais...deixei de sentir a rede a opor-se ao meu movimento...e quando dei por mim, estava a cair a pequena altura do estrado que, juntamente com a rede, separava a escola da rua. E caí de cabeça.

Pois é...estas brincadeiras inocentes podiam tornar-se perigosas...

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